Senado debate sedentarismo e obesidade
- 30 de abr.
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Audiência no Senado discute soluções para enfrentar o sedentarismo e a obesidade, que afetam milhões de brasileiros e sobrecarregam o SUS.
O Conselho Federal de Medicina (CFM) participou, na manhã desta quarta-feira (30), da Audiência Pública Interativa promovida pela Comissão do Esporte (CEsp) no Senado Federal. A iniciativa, realizada por solicitação da senadora Leila Barros (REQ 4/2025 – CEsp), reuniu especialistas e representantes de instituições ligadas à saúde e à prática esportiva para discutir estratégias de enfrentamento ao sedentarismo e à obesidade no Brasil.

Representando o CFM, o conselheiro federal titular pela Paraíba, Bruno Leandro de Souza, integrou a mesa da audiência e apresentou um panorama técnico e atualizado sobre o crescimento da obesidade no país, reforçando a necessidade de políticas públicas integradas para sua prevenção e controle.
“Estamos diante de uma doença crônica, recidivante e tratável, mas que exige uma resposta coletiva. A obesidade não é culpa individual: ela é fruto de uma série de fatores sociais, genéticos, psicológicos e ambientais”, destacou o conselheiro, que também é coordenador da Câmara Técnica de Endocrinologia e Metabologia do CFM.
Durante sua fala, o conselheiro federal apresentou dados preocupantes: atualmente, 25% da população brasileira adulta é obesa, o que corresponde ao dobro da média mundial. Ele também alertou sobre os impactos da doença nas crianças e jovens, além de lembrar que a obesidade aumenta o risco para outras condições crônicas, como diabetes, doenças cardiovasculares e até mesmo alguns tipos de câncer.
“Combater o sedentarismo e a obesidade requer ações conjuntas. Precisamos de espaços urbanos seguros para a prática de atividade física, incentivos fiscais, programas interministeriais e integração nas unidades básicas de saúde. É um desafio de saúde pública que deve ser prioridade nacional”, afirmou.
A audiência foi conduzida pelo senador Sérgio Petecão (PSD/AC) e contou com a participação de representantes do Ministério da Saúde e dos Conselhos Federal e Regionais de Educação Física. Kelly Poliany de Souza Alves, coordenadora-geral de Alimentação e Nutrição do Ministério da Saúde, apresentou os dados das vigilâncias alimentares nacionais e reforçou o compromisso do governo federal com o enfrentamento da obesidade.
Também integraram a mesa Claudio Augusto Boschi, presidente do Conselho Federal de Educação Física; Eloisa Vilela de Souza, vice-presidente do Conselho Regional da 1ª Região; e Roberto Nóbrega, presidente do CREF da 7ª Região. Todos destacaram a importância da atuação profissional do educador físico de forma articulada com os médicos.
“A recomendação médica para a prática de atividade física, com orientação profissional, é um passo fundamental na transformação de hábitos de vida”, ressaltou o presidente Claudio Boschi, ao agradecer o apoio histórico do CFM à atuação interdisciplinar em saúde.
Eloisa Vilela reforçou a diferença entre sedentarismo e inatividade física, alertando que mesmo quem se exercita eventualmente pode levar uma vida sedentária. “Precisamos mudar comportamentos, começar desde cedo com nossas crianças e jovens. Isso é política pública de prevenção”, disse.
O CFM reforça seu compromisso com a promoção da saúde e o enfrentamento das doenças crônicas não transmissíveis. A autarquia seguirá contribuindo com o debate técnico e institucional sobre políticas que impactam diretamente a qualidade de vida da população brasileira.
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